Escrito por: Isadora Bava
Ele é delicioso, versátil, completo e imbatível. Existe em diversas versões, de vários formatos,
para todos os gostos e para todos os bolsos. Essa maravilha que chamamos de macarrão, sem
sombra de dúvida, é um dos pratos mais consumidos no mundo todo!
Muito se especula sobre sua origem, que até hoje é incerta. Acreditava-se, inicialmente,
que a massa havia surgido na China, e então, fora levada ao ocidente, mais especificamente a Itália, em
1295, por Marco Polo, mercador e explorador veneziano. Entretanto, essa versão já foi
desmistificada por historiadores e, atualmente, acredita-se que o macarrão tem
origem árabe, e fora exportado para Sicília no século IX d.C., ao conquistarem a maior ilha
italiana existente. Porém, a iguaria estabeleceu-se na Itália como resultado do extenso comércio no
mediterrâneo durante a Idade Média.
Atualmente, o macarrão é um alimento popular e acessível, mas nem sempre foi assim. No
começo, as massas eram consumidas somente pelos ricos, sendo protagonistas nos
banquetes aristocráticos durante o Renascimento. Somente a partir do final do século XVII, em
Nápoles, essas começaram a fazer parte da dieta de outras camadas sociais.
Outro fato interessante é de que a perfeita e mais famosa combinação de macarrão com
molho de tomate nem sempre foi tão amada assim. No final do século XVI, os tomates vindos
da América do Sul chegaram à Nápoles. Descobertos pelos espanhóis, que se apaixonaram por
sua cor vermelha, o tomate inicialmente sofreu diversos ataques de médicos e cientistas, sendo acusado de
“corruptor e venenoso”, e de fato, as folhas e os talos do tomateiro podem
intoxicar. O apogeu desse belo fruto só ocorreu em 1595, quando um cozinheiro napolitano
colocou somente as partes não tóxicas do tomate na panela, e inventou o molho mais famoso
do mundo inteiro.
Uma curiosidade é de que o mundo não conheceria o garfo de quatro pontas se
não fosse pelo espaguete, pois esse, foi criado por um chef de cozinha italiano, no século
passado, que não aguentava mais enrolar a massa em um apetrecho de apenas três pontas.
Inicialmente, o macarrão era produzido de forma totalmente manual. A massa à base de
cereais - principalmente trigo -, e água era amassada, depois moldada, secada, e por fim, cozida.
Somente em 1919, após o advento da energia elétrica, um mecânico de uma cidade localizada
30 quilômetros ao sul de Nápoles, desenvolveu um sistema artificial de secagem de massas,
onde o macarrão era colocado no interior de um enorme barril de madeira aquecido por
brasas, e o calor era distribuído por um ventilador mecânico. Já em 1967, uma empresa italiana
desenvolveu a Cobra 2000, uma máquina capaz de produzir duas toneladas de massa longa
por hora. Essa máquina, que é utilizada até hoje, funciona da seguinte maneira: a massa, que
é uma mistura de farinha, água, ovos e nutrientes, como betacaroteno, cai através de um funil,
emtrafilas de bronze - acessório responsável em dar o formato ao macarrão -. Os fios são
cortados por uma guilhotina e atravessam um enorme túnel de 50 metros, onde passam por
banhos de vapor e de ar quente. Isso, além de secar lentamente a massa, faz com que todo o
amido da mistura se gelatinize em seu interior, impedindo que o macarrão se desmanche ou
grude durante o seu cozimento.
Até hoje, a Itália é a maior referência em termos de preparo e de consumo de massas no
mundo. Os Italianos consomem ,em média, cerca de 28 quilos per capita/ano. Já os
argentinos e venezuelanos, 12 quilos. Os suíços, 9, os norte-americanos, 7 e os franceses, 6,5.
O Brasil ainda está na faixa de 3,8 quilos per capita/ano. A potencialidade desse alimento é
inegável e não se mede apenas pela sua qualidade dietética, pois além de todos os benefícios, o macarrão é
altamente nutritivo. Na Europa, a dieta da moda, é a mediterrânea, que sugere o consumo de massas
como entrada no almoço e no jantar. Além disso, a associação do macarrão com vegetais é uma
combinação excelente e bastante nutritiva.
Acredita-se que o macarrão chegou em terras brasileiras por meio da Família Real, e se difundiu por todo o
país devido aos imigrantes italianos. Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor
mundial de macarrão, perdendo somente para a Itália e para os Estados Unidos.
As massas secas são as preferidas pelos brasileiros, e equivalem a 81,3% do consumo, em segundo lugar, são as
massas instantâneas , com 14,7%, e as frescas (que necessitam refrigeração), com 4%.Segundo pesquisas, concluiu-
se que o espaguete é a massa favorita no Brasil, visto que, 50% da população no país a escolhe. Além disso, outra
preferência especialmente brasileira é consumi-la em casa. Estudos apontam que a maior parte dos brasileiros
desfrutam do alimento em suas moradias.
Hoje, dia 25 de outubro, é celebrado mundialmente o dia desse prato maravilhoso! Essa homenagem,
existe em diversos países e foi criada em 1995, durante o 1º congresso mundial de pasta, em Roma. Esse ano, dia
25 cai em um domingo, que tal comemorar essa data em família com uma bela macarronada?
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