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Empreendedor não é sinônimo de empresário

Escrito por: Dayani Ribeiro | Publicado originalmente em: 11.10.2017

O blog da LEMA está a todo vapor e a coluna “Empreendedorismo em foco” vem trazer informações interessantes pra quem quer empreender. E a primeira coisa que nós precisamos fazer é esclarecer o que é empreender.


Empreendedorismo está na moda. E você provavelmente já ouviu falar sobre aquela pessoa incrivelmente empreendedora que começou seu negócio com R$ 1,00 e hoje fatura R$ 100 milhões, com uma história tão fantástica que te fez acreditar que qualquer um pode ter sua própria empresa. Mas aí você começou a pesquisar e viu que montar algo do tipo não é só flores e as dificuldades de abrir um negócio te fez pensar que talvez você não seja um empreendedor. Mas, você sabe mesmo o que é ser EMPREENDEDOR?


Com a crise que se iniciou no fim de 2014/início de 2015, o Brasil experimentou um aumento considerável de pessoas abrindo o próprio negócio, o que popularizou o empreendedorismo por aqui e fez muita gente pensar que para ser empreendedor é necessário ter um CNPJ. Mas o fato é que nem todas as pessoas têm jeito e nem todas têm o sonho de viver como empresário e, mesmo assim, todas podem ser empreendedoras. Talvez isso seja um pouco estranho para você, mas empreender não é sinônimo de montar uma empresa. Na verdade, a melhor parte do empreendedorismo é que ele pode ser exercido em qualquer lugar, em qualquer contexto, em qualquer nível social e até mesmo num país onde a burocracia tende a matar qualquer negócio.


Pesquisando no dicionário Michaelis Online, encontrei o seguinte significado para a palavra empreender:

“Em.pre.en.der: Pôr em execução; fazer, realizar: Conseguiu finalmente empreender uma pesquisa acadêmica. Empreender uma viagem”.

E o dicionário Aurélio dá a seguinte definição para empreendedorismo:

“Em.pre.en.de.do.ris.mo: Atitude de quem, por iniciativa própria, realiza ações ou idealiza novos métodos com o objetivo de desenvolver e dinamizar serviços, produtos ou quaisquer atividades de organização e administração”.

Estas descrições, em especial a do dicionário Michaelis Online, expressam bem o que quero dizer. Empreender é a capacidade de realizar, de identificar uma necessidade e encontrar soluções.


Evoluindo mais um pouco essas definições, podemos compreender o empreendedorismo como mais que uma simples ação, e sim como um comportamento, uma maneira de enxergar e de lidar com problemas. Dessa forma, é natural pensar que os empreendedores tendem a apresentar um conjunto de características comuns que conferem a eles esta identidade. Não, não estou dizendo que para ser empreendedor precisa ter nascido com um pacotinho fechado de qualidades, que todos dessa tribo vão ter os mesmos. O que quero dizer é que pessoas com comportamentos comuns tendem a desenvolver qualidades comuns. E essas qualidades foram abordadas por NETO et. al (2013) no livro Empreendedorismo e desenvolvimento de negócios, em um levantamento das características mais comuns nas pessoas que se consideram como empreendedoras. As principais qualidades listadas foram:

Figura 1: As principais características do empreendedor, de acordo com NETO et. al (2013), com ênfase às quatro enumeradas.


Observe que essas características complementam as definições de empreendedorismo e empreender que vimos acima. Novamente, você não precisa apresentar todas essas características aguçadas para se considerar empreendedor, pode inclusive ter algumas em falta. Mas desenvolver essas qualidades certamente irá te ajudar a ter mais sucesso na sua jornada, seja ela qual for.


Particularmente, eu costumo considerar que as quatro que estão enumeradas na figura 1 são a base para uma trajetória empreendedora, a força motriz da sua caminhada. Já as outras surgem como consequência do aprimoramento das primeiras, as quais considero como forças de suporte. A analogia é simples. Pense que para dar o primeiro passo em qualquer projeto é necessário ser capaz de perceber oportunidades. Quando estamos com os olhos bem abertos, qualquer coisa se torna uma oportunidade. Além dessa percepção, é preciso ter autonomia e independência, em outras palavras, coragem, para aproveitar a chance encontrada. Em seguida, você precisará engajar outras pessoas na sua causa (afinal, sozinho você não vai muito longe), então é necessário ter a liderança para conquistar adeptos à sua ideia. Por fim, você tem que pôr sua ideia em prática, o que exige o desenvolvimento da capacidade de realização para que esse plano saia do papel. Aí sim você consegue sair da inércia e dar o primeiro passo.


Todas as outras qualidades vêm depois do primeiro impulso, conforme você se mantém motivado, e são as que vão te fazer permanecer caminhando. Veja que não é preciso nascer com um pacotinho completo, você vai desenvolvendo suas habilidades a cada passo que dá (inclusive a criatividade, que tendemos a achar que só tem quem nasce com ela). No fim das contas, o que irá diferenciar um empreendedor do outro e traçar sua personalidade é a proporção entre essas características e a ênfase que se dá a cada uma delas.


Então guarde isso com você: empreender é só uma questão de querer (lembrando que empreender não é sinônimo de abrir uma empresa). Não se prenda a regras e definições rigorosas, apenas queira e seja proativo para atender as necessidades de alguém. O resto vem naturalmente. No próximo post falaremos um pouco mais sobre as situações em que você pode exercer seu empreendedorismo, então fique ligado na nossa página! Até lá!


Referências bibliográficas

NETO, A. A.; ALMEIDA, A.; SOUZA, C. P.; ANDREASSI, T. Empreendedorismo e desenvolvimento de negócios. Editora FGV. Rio de Janeiro, 2013.

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