Escrito por Caroline Petronilho
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Se você é daqueles que contam os meses para chegar junho e poder se jogar nas festas tradicionais dessa época, a espera acabou! E aqui você vai ter dicas do que não pode faltar pra esse arraiá ser pra lá de bom, sô!
A festa tradicional de São João foi trazida ao Brasil pelos portugueses, e ela é tão forte na nossa cultura que em algumas cidades do nordeste brasileiro ela já faz parte do calendário anual e dura o mês inteiro como em Caruaru (PE) e Campina Grande (PB), que ganharam o título de maior São João do Mundo.
Como todo evento que se preze a festa junina também precisa de uma boa organização com roupas coloridas em xadrez, brincadeiras, músicas, bandeirinhas e não podemos esquecer de um cardápio cheio de comidas e bebidas típicas pra gente poder aproveitar sem culpa, afinal quem resiste a um bolho de milho ou uma canjica quentinha?
E dando destaque pras delícias que temos nessa época, a maioria é produzida com milho justamente por junho ser mês de colheita desse cereal. Entretanto, também temos outros pratos deliciosos com variações e ingredientes muitos utilizados como arroz, coco, amendoim e maçã, e ainda temos os ingredientes regionais como pinhão e castanhas.
Resolvemos criar uma lista de informações sobre as comidas típicas mais deliciosas pra essa festa tão tradicional ficar completa:
1. Maçã do amor
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A maçã do amor é um doce delicioso onde a fruta é caramelizada numa calda de açúcar e espetada com um palito no meio. Ganhou esse nome da família de imigrantes espanhóis Farre Martinez e sua receita foi patenteada em São Paulo no ano de 1959. Ela teve inspiração nas sobremesas carameladas típicas da China mas aqui no Brasil já surgiram novas variações com calda de chocolate, granulado e outras delícias. Até a fruta já foi substituída e temos hoje em dia uva e morango do amor.
2. Pamonha
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O milho tem origem nas Américas e sempre foi a base da alimentação dos povos indígenas. Muito presente em todas a culturas e civilizações, ele é o alimento mais importante do continente. Sua presença em nossas receitas foi herdada dos nossos ancestrais, e elas são altamente nutritivas e muito saborosas. A pamonha é um desses quitutes que tem como base o milho verde, muito comum em todo território brasileiro, principalmente em Goiás e em todos os estados do Nordeste. O milho verde é ralado e à massa resultante são misturados leite e sal ou açúcar. Essa massa é colocada em folhas feitas com a própria casca do milho. Após esse envelopamento com a casa do milho, as pamonhas são submetidas a cozimento e sua massa alcança uma consistência firme e macia. Seu nome tem origem da palavra tupi pa’muña, que significa “pegajoso”.
3. Cocada
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A Cocada é um doce tradicional africano e típico no Brasil feito a base de coco. No candomblé e na umbanda, a cocada é uma oferenda aos Erês, figuras que representam as crianças. A tradição de se fazer o doce de coco chegou com os escravos. Foram os negros africanos trazidos como escravos para os trabalhos pesados nas fazendas que ensinaram essas receitas que hoje fazem parte da cultura brasileira, sendo o mais popular de todos os doces do nordeste. Faz parte do rol dos bens históricos da doçaria nacional e cada dia mais a cocada ganha popularidade fora do país. Com as sobras do bagaço do coco, que as negras usavam para outras receitas como moquecas e ensopados, elas faziam a cocada, misturando melaço de cana ou rapadura, produto muito encontrado na época. Com o passar dos anos o doce foi se adaptando cada vez mais ao paladar brasileiro, tendo hoje em dia versões cremosa, em barra e até mesmo misturada com outras frutas e chocolate.
4. Arroz doce
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O arroz doce é uma receita de origem asiática. Na Índia, por exemplo, é comum encontrar arroz com açúcar em preparações de pratos típicos dos casamentos hindus. Na Tailândia, ele leva coco e é servido com fatias de manga e pouquíssimo açúcar.
Esse doce acabou chegando à Europa por volta do século XIII. Depois, aportou em terras brasileiras via Portugal. Aqui ele chegou polvilhado com canela. Na época do Império, no Rio de Janeiro, as pessoas ricas, a maioria de origem portuguesa, faziam vários pratos da terrinha e uma de suas sobremesas preferidas era justamente o arroz doce. No Brasil, o arroz doce adquiriu ainda outras variações ao se adaptar ao paladar local, como o uso do leite condensado, que lhe conferiu mais sabor e doçura e também o uso do doce de leite.
Apesar de ser uma receita tradicional, ele já está presente também em restaurantes bem conceituados e padarias gourmets. Existe um restaurante de comida brasileira nos Estados Unidos chamado Camila’s que tem esse doce como a tradição da casa. E apesar de ser uma receita simples lá ele pode ser apreciado quentinho ou gelado.
5. Canjica
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A canjica, assim como os pratos à base de milho verde, é uma preparação de origem indígena. O nome vem do termo derivado do tupi acanijc, e ela era elaborada pelos índios, a partir do milho, pilando os grãos, mas sem quebrá-los, tirando assim a casca e o gérmen. Em seguida, deixavam o milho de molho em água num pote de barro e só depois de várias horas cozinhavam. Com os portugueses, ganhou a adição de açúcar, leite e, às vezes, leite de coco. Em Goiás e Minas Gerais, a canjica cozida com leite é temperada com amendoim torrado e moído e ganha o nome de canjicada. No Nordeste, a canjica feita do grão de milho seco e pilado foi batizada de munguzá ou mungunzá. Nessa região, o termo canjica é uma papa de milho verde, feita com massa de milho, leite de vaca ou leite de coco e açúcar, polvilhada com canela em pó, o mesmo que o curau para os goianos e os mineiros. A canjica ou o mungunzá era prato comum muito antes de 1806, e foi com ela que o jesuíta Belchior de Pontes se manteve durante suas viagens pelos sertões paulistas. No seu relato, ele descreve a canjica como “milho grosso, quebrado em um pilão para tirar a casca e o olho, mas o grão fica inteiro”. De uma preparação simples e rústica, a canjica entrou para as sopeiras de cristal e servida em mesas forradas de toalhas de linho. Mas foi em São Paulo, no início do século 19, que a canjica ganhou fama. Não se imaginava um jantar de paulista sem canjica, que se tornou um prato típico das festas juninas em todo o Brasil.
6. Cachorro quente
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A história mais aceita para origem do cachorro-quente se dá em Frankfurt, na Alemanha. Lá, um cozinheiro preparava uma salsicha que ficou conhecida pelo nome "dachshund", uma raça de cachorros atarracados e com um corpo que parece uma salsicha. Porém, o lanche só ficou famoso depois de chegar aos Estados Unidos, pelas mãos do alemão Charles Feltman. O imigrante abriu uma barraca para vender o produto em Nova York, em 1871, que era feito com pão, salsicha, mostarda e chucrute. O sucesso do cachorro-quente foi tão grande que permitiu que ele abrisse um restaurante na cidade e, logo, sua ideia passou a ser copiada por outras pessoas. Uma delas foi Anton Feuchtwanger, responsável pela criação do pão comprido de cachorro-quente como o conhecemos hoje. Antes, como a salsicha era maior que o pão, ele distribuía luvas para que os clientes não se queimassem, mas poucos as devolviam. Para resolver o problema, em 1904, ele decidiu aumentar o tamanho do pão.
O termo "hot dog" só surgiu dois anos depois, num estádio em Nova York, quando os vendedores ainda utilizavam a palavra "dachshund" para vender o lanche. Tad Dorgan, um cartunista presente no jogo, ao ouvir os gritos dos vendedores e sem saber como escrever a palavra alemã, fez um desenho que continha a frase "get your hot dog", que em português significa "pegue o seu cachorro-quente". Desde então, ele se tornou extremamente popular nos Estados Unidos e se espalhou pelo mundo todo, fazendo incrível sucesso também no Brasil e não podendo fazer falta nas festas juninas.
7.Paçoca
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A palavra paçoca do tupi po-çoc significa esmigalhar. Teve sua origem no período do Brasil-Colônia, época em que foi descoberto o Brasil, mas há relatos de que o hábito de misturar a farinha de mandioca a outros ingredientes era comum entre os os povos indígenas nativos da América, bem antes da chegada dos portugueses. Os ingredientes principais são amendoim, farinha de mandioca, açúcar e sal. Porém a paçoca é um prato comum em diversas regiões do Brasil, e com isso há diferenças na maneira de prepará-la, em alguns lugares ela é um doce e em ouros pode levar até carne seca na sua versão salgada.
Referências:
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